Marcelo Bernardes, no Monitor Mercantil
O único gargalo que o setor naval
enfrenta se refere a qualificação de mão-de-obra, que acontece em vários
estaleiros como nos do Rio de janeiro, Santa Catarina, Pernambuco e no
Rio Grande do Sul. Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria
da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Santana
Rocha,. esse problema se refere a fase de aprendizagem - qualificação
profissional e de tecnologia -, que será resolvido, no máximo, em 15
meses.
Ariovaldo Rocha (Foto: Ricardo Stuckert/PR - Monitor Mercantil) |
Segundo explicou, o estaleiro Atlântico Sul projetou a construção de um navio com 25 blocos, quando na prática leva 220 blocos. "Infelizmente, por falta da entrega do equipamento de carga, uma vez que a empresa faliu, tivemos que recorrer ao mercado com certa urgência. Passou então para o projeto de 220 blocos, dentro de um cronograma que planejamos e trouxe uma defasagem de dois meses para a entrega da embarcação", comentou, ao rebater uma reportagem publicada numa revista semanal de que o atraso seria por falta qualificação dos estaleiros.
"Há jornalistas que gostam de fazer fofoca ao informarem que um navio não está classificado. Isso é uma mentira. Na verdade, todas as embarcações são vistoriadas mês a mês e não ano a ano".
Para o presidente do Sinaval é
impossível fazer uma liberação de verba sem classificação, tendo defeito
em solda ou em qualquer coisa. "Então, tudo isso é balela. É coisa de
pessoas que não conhecem o produto para poder fazer algum apontamento",
disse, ressaltando que esse é um problema localizado e não da indústria
naval como um todo.
"É um problema pontual que já está sanado. Já tem prazo de entrega da embarcação, tem prazo de lançamento. Acreditamos que em outubro já será entregue a primeira embarcação (João Cândido) pelo Atlântico Sul. Então, há muita desinformação. Não tem nenhuma obra em atraso no mercado brasileiro".
Ariovaldo frisou que os nove
primeiros meses deste ano foram "bons" para o setor. O Fundo de Marinha
Mercante (FMM) liberou R$ 10 bilhões para obras que estão em curso ou
que as que entrarão em curso nos próximos seis meses. E no que diz
respeito a atuação do governo federal, ressaltou o "espírito
empresarial" da presidente Dilma Rousseff.
Disse ainda ao MONITOR MERCANTIL que a indústria naval brasileira está se classificando como um grande player do setor no mundo. A Coréia, segundo ele, já está se passando. Atualmente, a grande concentração ocorre na China.
Quanto ao conteúdo local, cujo tema foi objeto de um Fórum realizado pela Fundação Aro e o Sinaval, Rocha ressaltou que o setor está superaquecido pela realização do evento. E adiantou que o fórum motivou os estrangeiros a virem ao Brasil e os brasileiros também estão pensando em acompanhar a inovação para gerar tecnologia.
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