quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PROBLEMA DE APRENDIZAGEM NO SETOR NAVAL ESTARÁ RESOLVIDO EM 15 MESES

Marcelo Bernardes, no Monitor Mercantil

O único gargalo que o setor naval enfrenta se refere a qualificação de mão-de-obra, que acontece em vários estaleiros como nos do Rio de janeiro, Santa Catarina, Pernambuco e no Rio Grande do Sul. Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Santana Rocha,. esse problema se refere a fase de aprendizagem - qualificação profissional e de tecnologia -, que será resolvido, no máximo, em 15 meses.
Ariovaldo Rocha (Foto: Ricardo Stuckert/PR - Monitor Mercantil)
Após afirmar que "há um atraso. A falta de mão-de-obra faz com que os estaleiros dêem um treinamento mais extenso", ressaltou que equipamentos comprados da China também não foram entregues dentro do prazo previsto. Com isso, lembrou que o estaleiro Atlântico Sul, por falta do atraso de guindaste e de outros equipamentos que não foram entregues, gerou um atraso.

Segundo explicou, o estaleiro Atlântico Sul projetou a construção de um navio com 25 blocos, quando na prática leva 220 blocos. "Infelizmente, por falta da entrega do equipamento de carga, uma vez que a empresa faliu, tivemos que recorrer ao mercado com certa urgência. Passou então para o projeto de 220 blocos, dentro de um cronograma que planejamos e trouxe uma defasagem de dois meses para a entrega da embarcação", comentou, ao rebater uma reportagem publicada numa revista semanal de que o atraso seria por falta qualificação dos estaleiros.

"Há jornalistas que gostam de fazer fofoca ao informarem que um navio não está classificado. Isso é uma mentira. Na verdade, todas as embarcações são vistoriadas mês a mês e não ano a ano".
Para o presidente do Sinaval é impossível fazer uma liberação de verba sem classificação, tendo defeito em solda ou em qualquer coisa. "Então, tudo isso é balela. É coisa de pessoas que não conhecem o produto para poder fazer algum apontamento", disse, ressaltando que esse é um problema localizado e não da indústria naval como um todo.

"É um problema pontual que já está sanado. Já tem prazo de entrega da embarcação, tem prazo de lançamento. Acreditamos que em outubro já será entregue a primeira embarcação (João Cândido) pelo Atlântico Sul. Então, há muita desinformação. Não tem nenhuma obra em atraso no mercado brasileiro".
Ariovaldo frisou que os nove primeiros meses deste ano foram "bons" para o setor. O Fundo de Marinha Mercante (FMM) liberou R$ 10 bilhões para obras que estão em curso ou que as que entrarão em curso nos próximos seis meses. E no que diz respeito a atuação do governo federal, ressaltou o "espírito empresarial" da presidente Dilma Rousseff.

Disse ainda ao MONITOR MERCANTIL que a indústria naval brasileira está se classificando como um grande player do setor no mundo. A Coréia, segundo ele, já está se passando. Atualmente, a grande concentração ocorre na China.

Quanto ao conteúdo local, cujo tema foi objeto de um Fórum realizado pela Fundação Aro e o Sinaval, Rocha ressaltou que o setor está superaquecido pela realização do evento. E adiantou que o fórum motivou os estrangeiros a virem ao Brasil e os brasileiros também estão pensando em acompanhar a inovação para gerar tecnologia.

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